Há dias em que não me apetece respirar, há dias em que talvez o silêncio valha mais do que qualquer abraço ou consolo. Há dias em que qualquer ruído que seja incomoda e atrasa todo aquele processo estúpido mas inerente à inércia. Então é nesses dias que tu apareces. Sempre com a frase chave, sempre com a companhia certa. É estranho, não é? Não sei porquê mas fazes-me bem e vais limpando o pó que alguém se lembrou de deixar… a isto só tenho a dizer muito obrigada…
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Nó
Chego a casa com a rapidez da luz...abro a porta, atiro as chaves do carro para cima da cama, deixo a mala voar para um canto do meu quarto e vou deixando que cada peça de roupa caia. Abro o chuveiro e deixo a água escorrer pelo meu corpo. Encosto a cabeça à parede, encosto o coração a um canto. Parece que cada gota purifica tudo aquilo que se entranhou na minha pele durante o dia.
É sempre esta sensação... a sensação de não ser eu, a sensação de ser um soldado contra mim mesma, a sensação de uma presença ausente. Não, as gargalhadas não são minhas, os sorrisos não são meus.. meu apenas é o olhar distante e o vazio na voz...
Quero gritar mas a água afoga o som...
Aperto a mão junto da parede que agora sustenta todo o meu peso... tudo aquilo que posso ser neste breve instante... mesmo que "aquilo" possa ser nada.
Talvez seja o único momento do dia em que não posso esconder nada de mim. Não há roupa que me esconda, não há ninguém que veja, não há ninguém que oiça... tenho que aguentar tudo o que vem de mim. Mesmo que não saiba aquilo que é meu e aquilo que foi inventado, porque a água começa a confundir-se com as lágrimas e o que me chega à boca apenas é uma mistura de sal e de doce.
Deixo a cabeça encostada à mesma parede, que vai continuando a sustentar tudo aquilo que posso dar. Tento sentir o rio que escorre no cabelo e fixo o olhar na água que cai das pontas espigadas...
Desligo a torneira e abraço-me com a toalha, que de algum jeito, me acolhe...
Agora é a vez de deixar-me cair no sofá e tentar fingir que o dia não passou, que as conversas não foram tidas, que as horas não passaram e que a ausência não permaneceu intacta...
É sempre esta sensação... a sensação de não ser eu, a sensação de ser um soldado contra mim mesma, a sensação de uma presença ausente. Não, as gargalhadas não são minhas, os sorrisos não são meus.. meu apenas é o olhar distante e o vazio na voz...
Quero gritar mas a água afoga o som...
Aperto a mão junto da parede que agora sustenta todo o meu peso... tudo aquilo que posso ser neste breve instante... mesmo que "aquilo" possa ser nada.
Talvez seja o único momento do dia em que não posso esconder nada de mim. Não há roupa que me esconda, não há ninguém que veja, não há ninguém que oiça... tenho que aguentar tudo o que vem de mim. Mesmo que não saiba aquilo que é meu e aquilo que foi inventado, porque a água começa a confundir-se com as lágrimas e o que me chega à boca apenas é uma mistura de sal e de doce.
Deixo a cabeça encostada à mesma parede, que vai continuando a sustentar tudo aquilo que posso dar. Tento sentir o rio que escorre no cabelo e fixo o olhar na água que cai das pontas espigadas...
Desligo a torneira e abraço-me com a toalha, que de algum jeito, me acolhe...
Agora é a vez de deixar-me cair no sofá e tentar fingir que o dia não passou, que as conversas não foram tidas, que as horas não passaram e que a ausência não permaneceu intacta...
quinta-feira, 3 de julho de 2008
Por vezes...
Por vezes entramos nas vidas das pessoas e nem sabemos porquê. Permanecemos nelas, vagueamos nelas e só quando elas se vão embora entendemos que afinal a nossa presença tinha um sentido. Mas agora é tarde demais...e o teu corpo não passa de um objecto que incomoda quando os outros passam....
terça-feira, 3 de junho de 2008
A todos aqueles que me ajudam a voar
A todos aqueles que estão comigo quando choro, quando choro de tanto rir e quando choro de alegria. Aos que estão perto de mim. Aos que estão longe, mas que estão perto. Aos que nunca partiram. Aos que sonham comigo ou então se riem dos meus sonhos...mas acreditam neles. Aos que dão gargalhadas comigo. Aos que me entendem só pelo olhar. Aos que me abraçam quando preciso. Aos que me abrem o caminho. Aos que cantam comigo. Aos que já ouviram o som do mar comigo. Aos que entendem a mudança da cor dos meus olhos. Aos que sempre me chamaram louca. Aos que me aturam e aturaram. Aos que acreditam em mim. Aos que não acreditam. Aos que me prendem os movimentos quando estou a ficar louca. Aos que me conhecem pelo tom de voz. Aos que se preocupam. Aos que estão perto, mas fingem estar distantes. Aos que ouvem a mesma música. Aos que me dão colo. Aos que gritam comigo. Aos que me seguraram para começar a andar e aos que ainda me seguram para continuar a caminhar. Aos que me desiludiram e me fizeram ver o quanto posso ser maior. Aos que me deram a honra de partilhar a sua vida comigo. Aos que pulam comigo. Aos que me respeitam. Aos que me consideram enorme. Aos que me dão um abanão quando preciso. Aos que secam as lágrimas, deixando-as, contudo, que caiam. Aos que já me aconchegaram os cobertores. Aos que já me adormeceram. Aos que já me amaram e aos que me amam. Aos que eu considero um exemplo daquilo que quero ser e daquilo que não me quero tornar.
A todos aqueles que me ajudam a voar...
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Vai chovendo cá dentro...
É tão tarde...e está tão escuro. A única coisa que brilha é a solidão; a solidão e a saudade. Nem mesmo os candeeiros da cidade conseguem rasgar esta noite...
Vai chovendo cá dentro...
E quando encosto o rosto à janela apenas vejo o silêncio, que acaba por ter forma, que acaba por ter cor e acaba por ter cheiro...
Vai chovendo cá dentro...
Não vês? Não...claro que não...
Aí há luz...aí os candeeiros não precisam de rasgar a noite...porque a noite mora apenas deste lado da cidade....
Vai chovendo cá dentro...
quinta-feira, 22 de maio de 2008
O Tempo...
O tempo acaba por voar mesmo à nossa frente e é assustador. É assustador sentir que os dias são iguais às noites e as noites às tardes... Assim sendo o relógio não para, mas nós permanecemos sentados no sofá... limitando-nos a ouvir as badaladas de hora a hora... na tentativa de que o tempo permaneça...a única coisa que ainda não percebemos é que o tempo não permanece...o tempo esgota, o tempo flui, o tempo envelhece, o tempo amadurece, o tempo sara, mas o tempo nunca permanece, porque para permanecer deixaria de ser tempo...
E é assim que tentamos que o Presente seja o Passado e que o Passado seja o Futuro. A isto chamo eu de vegetar... sim, nós não vivemos limitamo-nos a dar movimento ao nosso corpo...
Às vezes preciso de ser eu o tempo, mas para além de não permanecer, o tempo não deixa escolhas...
sexta-feira, 18 de abril de 2008
Estou tão cansada
Às vezes acordo a meio da noite e procuro por ti...mas claro, tu não estás. Assim como nunca estarás...da mesma forma que me tens falhado...da mesma forma que me tens traído...acontece que a tua ausência vai tornando-se uma rotina.
Não é justo eu carregar o teu peso todos os dias, não é justo eu sentir o teu cheiro todos os dias, não é justo eu sonhar contigo todas as noites, nem é justo que ainda traga comigo o toque da tua pele, se quando a minha voz, o meu cheiro e o toque da minha pele são para ti nada; um autentico vazio.
Como era doce o vento perto do rio...lembras-te? Não...para ti não passa de um quadro, onde o vento deixou de ser doce ou de poder ter qualquer tipo de adjectivo. A realidade agora é outra...não há espaço para esta.
Estou tão cansada...tão cansada...
Preciso tanto de ti...mas tu não estás...nem nunca estarás....
Não é justo eu carregar o teu peso todos os dias, não é justo eu sentir o teu cheiro todos os dias, não é justo eu sonhar contigo todas as noites, nem é justo que ainda traga comigo o toque da tua pele, se quando a minha voz, o meu cheiro e o toque da minha pele são para ti nada; um autentico vazio.
Como era doce o vento perto do rio...lembras-te? Não...para ti não passa de um quadro, onde o vento deixou de ser doce ou de poder ter qualquer tipo de adjectivo. A realidade agora é outra...não há espaço para esta.
Estou tão cansada...tão cansada...
Preciso tanto de ti...mas tu não estás...nem nunca estarás....
sábado, 1 de março de 2008
Fazes-me falta
Espero por ti todos os dias. Sento-me só à tua espera. Mas tu nunca chegas. Permaneces apenas no silêncio e ficas só na memória. Mentira...na memória não, no meu dia a dia.
Fazes-me tanta falta...tanta, que às vezes tenho vontade de te matar, para que a tua ausência fosse porque não pudesses aqui estar e não porque não queres aqui estar.
Acabo assim por morrer todos os dias um pouco...na tentativa de te matar a ti...
Fazes-me tanta falta...tanta, que às vezes tenho vontade de te matar, para que a tua ausência fosse porque não pudesses aqui estar e não porque não queres aqui estar.
Acabo assim por morrer todos os dias um pouco...na tentativa de te matar a ti...
sábado, 23 de fevereiro de 2008
Quando...
Quando já não há nada a perder, porque já se perdeu tudo. Quando não há mais nada a dizer porque todas as palavras parecerão repetidas e sem sentido ou quando se deixa de ouvir música porque a dança já não é coordenada, só resta o vazio....um vazio que vai preenchendo o espaço que alguém ficou de ocupar...e depois, através de uma capacidade absurda vamos tentando preencher esse vazio, com coisas que não têm o tamanho suficiente para cobrir o espaço em branco.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Para quem foge, e não quer fugir
Trazes no olhar um medo que não entendo, que não consigo sustentar...um medo que não condiz com quem trazes todos os dias. Um medo que não se entrelaça nos teus caracóis, nem percorre o teu sorriso...apenas se insere nos teus olhos...bem lá no fundo, para quem sabe olhar. Porque só decifrando as tuas meninices se percebe o quanto te assusta o que não conheces, ou melhor, o que pensas não vir a conhecer.
Mesmo assim carregas o Mundo contigo, e permaneces no mundo de cada um de nós...a cada gargalhada tua, a cada abraço teu.
Será que já olhas-te para ti enquanto voas? Já olhas-te para ti quando enches os dias de azul? Não, pois não? Sabes porquê? Porque te recusas a olhar para o espelho que tens à frente, mas para o espelho verdadeiro, não para esse que alguém partiu um dia e onde apenas vês reflectidos pedaços de ti que estão distorcidos.
Penso que desconheces a tua força...
Só porque alguém um dia se lembrou de te roubar os sonhos, ou só porque alguém um dia, pura e simplesmente, não te deixou sonhar...
Não deixes morrer o que ai tens dentro...não apagues o brilho que trazes...porque nesse dia apagar-me-ei contigo...
Mesmo assim carregas o Mundo contigo, e permaneces no mundo de cada um de nós...a cada gargalhada tua, a cada abraço teu.
Será que já olhas-te para ti enquanto voas? Já olhas-te para ti quando enches os dias de azul? Não, pois não? Sabes porquê? Porque te recusas a olhar para o espelho que tens à frente, mas para o espelho verdadeiro, não para esse que alguém partiu um dia e onde apenas vês reflectidos pedaços de ti que estão distorcidos.
Penso que desconheces a tua força...
Só porque alguém um dia se lembrou de te roubar os sonhos, ou só porque alguém um dia, pura e simplesmente, não te deixou sonhar...
Não deixes morrer o que ai tens dentro...não apagues o brilho que trazes...porque nesse dia apagar-me-ei contigo...
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
Não me faças amar-te
Não me faças amar-te mais ainda...dá-me motivos para te odiar, para que a tua perda seja necessária e mais fácil de entender.
Não feches os olhos ao meu toque, nem digas o que quero ouvir, tão pouco sejas compreensivo e companheiro comigo para que a tua ausência não doa tanto.
Estou parada...estagnei porque já não sei o que está certo e o que está errado. Não sei o que queres nem o que eu quero.
Sei que brevemente vais partir...então de que serve guardar a tua voz e o teu sorriso? Quero apenas recordar o que tens de pior para não te amar.
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