Lembras-te quando estavas sentado junto à janela a beber chá? Dizias ao mesmo tempo que talvez o tempo estivesse esquecido, que talvez o tempo se tivesse esgotado, que talvez o tempo fosse apenas tempo. Limitei-me a olhar para ti e não estraguei a tua frase. Pensei apenas que provavelmente a tua concepção de tempo fosse diferente da minha. Afinal de contas o que não era diferente em ti? Podia ter aproveitado o momento para dizer que o chá que bebias era exactamente o mesmo que eu bebia, a diferença é que sempre preferi bebe-lo encostada à cadeira de baloiço e tu no parapeito da janela; o que trazia um sabor diferente ao teu chá. Afinal o que não era diferente em ti?
Acho que nunca chegaste a sentar-te na minha cadeira, e eu apenas me limitei a olhar para a janela sem nunca me ter sentado no seu parapeito.
Às vezes, enquanto contavas as ondas que se enrolavam naquela praia, eu estava absorvida na minha dança e o fumo do meu chá acabava por se entrelaçar no meu corpo, numa tentativa de colmatar as falhas dos teus braços. E assim deixava nos meus cabelos aquele aroma a amora que nunca percebeste de onde vinha. Da tua ausência. Da tua distancia. Era de onde vinha o aroma a amora. Sem que te apercebesses que a mesma essência cobria as tuas mãos, por agarrares daquela forma a caneca do chá, para que te as aquecesse.
Se te pedisse agora para me dizeres quantas ondas tem o meu cabelo certamente não responderias, se me pedissem para dizer quantas rugas têm as tuas mãos, certamente responderei que tem tantas quantas as ondas do meu cabelo...porque no fim tens tanto de diferente como tens de mim....
Acho que nunca chegaste a sentar-te na minha cadeira, e eu apenas me limitei a olhar para a janela sem nunca me ter sentado no seu parapeito.
Às vezes, enquanto contavas as ondas que se enrolavam naquela praia, eu estava absorvida na minha dança e o fumo do meu chá acabava por se entrelaçar no meu corpo, numa tentativa de colmatar as falhas dos teus braços. E assim deixava nos meus cabelos aquele aroma a amora que nunca percebeste de onde vinha. Da tua ausência. Da tua distancia. Era de onde vinha o aroma a amora. Sem que te apercebesses que a mesma essência cobria as tuas mãos, por agarrares daquela forma a caneca do chá, para que te as aquecesse.
Se te pedisse agora para me dizeres quantas ondas tem o meu cabelo certamente não responderias, se me pedissem para dizer quantas rugas têm as tuas mãos, certamente responderei que tem tantas quantas as ondas do meu cabelo...porque no fim tens tanto de diferente como tens de mim....